Minha janela de madeira
Revela-me a noite
Escura e nefasta
Nela os segredos aguardam-me
Ansiosos
Comecei a digitar mistérios
Com a luz clara sobre meu olhar
Mas soube
Que só poderia terminar
Sem luz
Onde os mistérios aparentam estar
À noite
Parecia querer convencer-me
Pois me comoveu fazendo
Que o vento esperasse
E que o tempo descansasse de passar
Até a lua se fechava
Convencida.
Que tua luz incomodaria
Adormecidos sentimentos sem nome
Cai sob a latitude dos eventos
Sobe a pura vontade da noite
Convencido de seu sublime mistério
Sem piscar os olhos
E a noite falou
Em sussurros silenciosos
Sobre o tempo
Sobre o ar
Sobre amar
E senti-me profundamente envergonhado
Pois sempre achei que sabia amar
Mas foi a noite
Que me ensinou
Que só ama aquele que não precisa enxergar
Nenhum comentário:
Postar um comentário