sexta-feira, 6 de maio de 2011

A vontade

Estava no ônibus hoje
Vi um pai com seu filho envolto em seus braços
Em sono profundo
O pai o protegia,
Como se os sussurros de desconhecidos pudessem feri-lo 

Ao saltar 
Deparei-me com um homem cego
Tateava a rua com curiosidade
Ele sorria, seu mundo era uma eterna fantasia
E cada passo que dava no desconhecido
Era sua mais nova aventura 

Ainda perdido na multidão indiferente 
vislumbrei o rosto de uma menina 
Em um dos milhões de carros que se perdiam nos labirintos de asfalto
Sua janela era porta para um mundo
seu olhar não era indiferente 
via as ruas maltratadas com doçura 
Mas aquele não era seu mundo
A janela estava fechada

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