quinta-feira, 19 de julho de 2012

Coração Fraco



Escuto seus suspiros
Vejo sua dúvida,
Sofrer uma metamorfose instantânea,
E levantar vôo em uma enorme segurança

Atada aos meus braços,
Enraizada em meus sentimentos  

Solto-a,
Para respirar o medo de vela partir,
Apenas para ter o dobro de prazer
Em vê-la chegar

Como mágica
Desabrocha seus olhos
Me leva a sonhar
Sonhar sem dormir

Fantasia melhor que esta não há
Fantasia de amar 


segunda-feira, 16 de julho de 2012

Cronica do Sono


Caminha à noite
Sem deslizar
Por estridente corredor de ameixeiras
O sono me alcança
O pouco de luz se esvai,
Com a fumaça que a produz
Os pássaros inquietam-se
O canto das sereias,
Torna-se dono do silencio,
E com ele faz o que quer
Seu canto me seduz
Me leva a sonhar



"Vita detestabilis"



Regurgita essa fome de esperança,
Pois em teu peito, não moro mais
Suspenda seu corpo e ande
Ande, caminhe, corra e espero que morra
Morra de vaidade, de vontade,
Mas que morra bem longe da realidade
Em silencio, em sua fossa de verdade

Que junte, que parta, sua mala aqui, não desfaça
 Que roube em silencio, seu sentimento,
Nutra tua despedida com mais mentira
Desfaça-me de tua raiva
Porem não se esqueça
Foi a primeira a mentir na mesa
Não me culpe, nem se desculpe
Nem espere pela sobremesa

Se vá antes que esclareça
Tudo que tive à mesa
Veneno de sobremesa
E não deixe pegadas
Jamais quero encontrá-la
Parta amarga como foi deixada 


Melodia sentimental



Desalento desatento
O que te fez acordar?
Caminhava tão serelepe
O que te fiz, para me perturbar?
Desalento nojento
Agora quero que se vá
Vá para longe
E só volte se for para hibernar
Desalento marrento
Não custe a me deixar
Assim, me fará chorar 


domingo, 15 de julho de 2012

Um doce de mulher



Lembro de você
Não de sua forma,
Estatura ou contorno
Mas de seu recheio
Pois dizia coisas
Não exatamente as dizia para mim,
Dizia a tantos outros
Outros tantos que nem você pode contar
Por infortúnio a escutei uma vez
Por isso mesmo me lembrei
Não se lembra de mim,
Mas de você, 
Eu não esquecerei


Cipreste




Anda sempre na minha frente
Com pressa e sem motivo
Não olha pra trás
Nem pisca
Mal vira o rosto para as vitrines,
Ao longo da rua que caminha
Atravessa poças, suja a bainha 
Cruza ruas sem olhar
Não se importa
Não liga
É o tempo que caminha 


sábado, 14 de julho de 2012

Memória, piscina das lembranças



Janelas se abrem
A musica toca
Melodia vertiginosa
Músculos se cansam e se deitam
A musica para

E lá esta você,
Depois de tanto tempo
Na minha memória

Quem dera
Fosse dono de um ponto de ônibus
E não de minha memória
Assim você podia partir
Sem nada pra dizer
Quem me dera



sexta-feira, 13 de julho de 2012

Por que, eu cansei da merda toda ter que fazer sentido.




São incertezas que agarram os desejos e as pequenas vontades pelo cangote, e os arrastam para sua vala uniforme de medo e aflição. E são poucos aqueles que compreendem ou relativizam, o olhar daqueles que olham de dentro da vala para fora, suas expressões são apáticas, como estatuas esculpidas por um escultor, que faz muitos traços, com muita dor em seus braços, com valor ao trabalho e aos próprios calos, que são formados a cada martelada que dá no seu trabalho de expressões frias como o mármore.
E duras são as pessoas que lado a lado lotam a vala, concordam com tudo, não largam de antigas más experiências, mas a usam como uma enciclopédia para estudar o futuro, pisando apenas onde já foi pisado, acham que pra tudo há um livro, que há sempre alguém para ensiná-las, caem de joelhos e se dizem sem sorte. Ou lotam as ruas e caminham para a direção errada, achando que no final haverá um pote de ouro e tudo que encontram é um deserto, com poucas lagrimas pra se hidratar.
Dos véus de vidas que esse autor nunca teve, imaginar alguém que não saiba dar os próprios passos na direção que escolheu, e como descrever a um cego como é uma arvore, falando em japonês.
Aos nobres sentimentos dou meus pêsames, pois se vão mais rápidos que gotas d’água em asfalto quente, poucos são os que sentem. Tão pouco que nem sinto não conhecê-los mais detalhadamente. Aos que sentem, entenderão como um pássaro abre suas asas e sente o vento fluir por seu corpo sem medo do que pode aguardá-lo quando não puder mais voar.
Como a maioria dos textos confusos e sem muita utilidade, se não preencher linhas invisíveis, termino com uma frase que não é minha e tampouco sei de quem é:
“Se eu concordar com você, nós dois estaremos errados.”

terça-feira, 10 de julho de 2012

Ferro e sal



Nas margens de Livero
Ajoelhou seu jeans roto
A terra o sujava
As pedras lhe machucavam
Mas á vista
A vista o inspirava

Olympia repousa há anos aqui
Deitada sobre as costas da Grécia
Numa infusão de cores,
Que talvez o mais hábil pintor não pudesse retratar

Sol batia em seu rosto
Nadara ali quando jovem
Muitas coisas mudaram,
 Era verdade,
Mas o cheiro do sal e do ferro
Era o mesmo de sempre.