sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Narrador Personagem, Infelizmente.


Deságua meus e seus sussurros
Numa torrente de: “que se foda” e “que se dane”
Portas se batem numa sinfonia gutural das cavernas
Pêndulos balançam enquanto toda paciência se esvai
Objetos finos e delicados voam pela sala
Junto de uma melodia dramática e inconstante de: “suma da minha vida”
Pratos voam, racham e se partem.
Uma noite como muitas outras, uma noite de rancor
A prataria balança, mas ninguém a toca.
A porcelana já se foi brigas atrás
Ainda temos coleção de copos de bar, bem tínhamos.
O céu fica aos prantos
A chuva vem como enxurrada
E a briga chega aos jardins, e lá se vai meu playstation3 novinho
Pela janela da frente, direto nas roseiras
Cachorro entra com um som retumbante de trovão
Morrendo de medo, e achando que estamos brincando
Criatura amável, mas uma mula - essa minha mulher

O sol nasce, café da manhã na cama, o amor renasce 

Pesadelo


Esse circo itinerante,
Ninguém sabe onde vai parar,

E eu estou cansado;
Cansado de seus cabelos escuros como a meia-noite;
Cansado de sim, quando é não;
Cansado de mentir, por não gostarem da verdade;
Cansado de seu sorriso presunçoso;
Cansado de toda essa barulheira por nada;
Cansado de esperar, de sentar e esperar, de esperar pra sentar;
Cansado de ver, quando quero escutar;
Cansado da fome de seus olhos
Cansado de uma piada sem graça, que chamam vida;
Cansado da pena mórbida que sentem por mim;
Cansado do gosto de escárnio na minha voz;
Cansado do seu interesse pela vida
Cansado do âmbar do fim da tarde;
Cansado de sorrir para tirar o gelo de minhas palavras;
Cansado de seu silencio;
Cansado de começar versos, cansado. 

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Marionete da Loucura



Não importa o que dizem 
Não tenho talento algum  
Tenho a vontade 
Sempre tive vontade 
Não preocupei-me com porquês 
Nem com tempo
Nem com dificuldade 
Faço-a apenas
Não me importa 

Resultados perfeitos, desconheço 
Conheço apenas linhas tortas 

E a bagunça que sobra quando termino de trabalhar  

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Snow




Desafina sua fina camada 
Sem estrépido deixa-a 
Em solo frio e pegajoso 
Despede-se, 
Desmama-se, 
De toda sua proteção 
É um mundo novo
Pode ser um mundo magico,
Então de o primeiro passo 

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Mensagem Atroz


Chovia raso 
Desmerecia todas as magoas 
Ei! apenas esqueça
Coloquei essas palavras 
Em meu lábios 
Proferi-as 
Em um pequeno surdo sussurro 
Saiu vacilante e covarde 
E tudo que sobrou-me 
foi  gosto de cianeto 


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Auto nomia



Aprenda aquilo
Entenda isso
Refaça
Refaça de novo

Escute o que ele diz
Veja como ele faz
Ignore isto
Desfaça aquilo

Desamarre-se dessas idéias
Tente sozinho
Esqueça o que aprendeu

Tente 
Perdure 
Inove 


sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Ultimo dia de inverno




E no ultimo dia 
Largou seu cardigã 
Desocupou-se de seu terno
Puxou seu cachecol 
Afrouxou seu colarinho 
Desfez-se das sandálias
Soltou-se das meias 
Jogaram-se no sofá  

domingo, 16 de setembro de 2012

É ela




Pródigo fidedigno 
Enquanto exaltado
Suspirava pequenas verdades
Para que a noite soubesse
Que tinha um aliado

Seus olhos fechados
Mergulhado dentro de si
Orquestrava seus suspiros 
Para fora dali 

Se dizia e se perguntava
Há alguns anos  
Quando estão amando
Quando está amando

Se já não se importava
Com seus defeitos
Talvez fosse 
Só talvez fosse 

Outra vez 
Então suspirava
Como um perdido 
Que achava o caminho de casa

Ela

sábado, 15 de setembro de 2012

Elusive




Minha historia começa
Mas pouco a pouco
Pode terminar
Sem um bom fim

Pois uma pérfida conheci
Uma pérfida que fura tudo que sinto
Faz de meu coração 
Um queijo Suíço

Faço-me de sonso
E nego tudo que me atrai
Fecho os olhos 
Para o que me satisfaz 

Toda a areia se esvai
Para fora da ampulheta
Se espalha na mesa
 Se vai pela soleira.



quinta-feira, 19 de julho de 2012

Coração Fraco



Escuto seus suspiros
Vejo sua dúvida,
Sofrer uma metamorfose instantânea,
E levantar vôo em uma enorme segurança

Atada aos meus braços,
Enraizada em meus sentimentos  

Solto-a,
Para respirar o medo de vela partir,
Apenas para ter o dobro de prazer
Em vê-la chegar

Como mágica
Desabrocha seus olhos
Me leva a sonhar
Sonhar sem dormir

Fantasia melhor que esta não há
Fantasia de amar 


segunda-feira, 16 de julho de 2012

Cronica do Sono


Caminha à noite
Sem deslizar
Por estridente corredor de ameixeiras
O sono me alcança
O pouco de luz se esvai,
Com a fumaça que a produz
Os pássaros inquietam-se
O canto das sereias,
Torna-se dono do silencio,
E com ele faz o que quer
Seu canto me seduz
Me leva a sonhar



"Vita detestabilis"



Regurgita essa fome de esperança,
Pois em teu peito, não moro mais
Suspenda seu corpo e ande
Ande, caminhe, corra e espero que morra
Morra de vaidade, de vontade,
Mas que morra bem longe da realidade
Em silencio, em sua fossa de verdade

Que junte, que parta, sua mala aqui, não desfaça
 Que roube em silencio, seu sentimento,
Nutra tua despedida com mais mentira
Desfaça-me de tua raiva
Porem não se esqueça
Foi a primeira a mentir na mesa
Não me culpe, nem se desculpe
Nem espere pela sobremesa

Se vá antes que esclareça
Tudo que tive à mesa
Veneno de sobremesa
E não deixe pegadas
Jamais quero encontrá-la
Parta amarga como foi deixada 


Melodia sentimental



Desalento desatento
O que te fez acordar?
Caminhava tão serelepe
O que te fiz, para me perturbar?
Desalento nojento
Agora quero que se vá
Vá para longe
E só volte se for para hibernar
Desalento marrento
Não custe a me deixar
Assim, me fará chorar 


domingo, 15 de julho de 2012

Um doce de mulher



Lembro de você
Não de sua forma,
Estatura ou contorno
Mas de seu recheio
Pois dizia coisas
Não exatamente as dizia para mim,
Dizia a tantos outros
Outros tantos que nem você pode contar
Por infortúnio a escutei uma vez
Por isso mesmo me lembrei
Não se lembra de mim,
Mas de você, 
Eu não esquecerei


Cipreste




Anda sempre na minha frente
Com pressa e sem motivo
Não olha pra trás
Nem pisca
Mal vira o rosto para as vitrines,
Ao longo da rua que caminha
Atravessa poças, suja a bainha 
Cruza ruas sem olhar
Não se importa
Não liga
É o tempo que caminha 


sábado, 14 de julho de 2012

Memória, piscina das lembranças



Janelas se abrem
A musica toca
Melodia vertiginosa
Músculos se cansam e se deitam
A musica para

E lá esta você,
Depois de tanto tempo
Na minha memória

Quem dera
Fosse dono de um ponto de ônibus
E não de minha memória
Assim você podia partir
Sem nada pra dizer
Quem me dera



sexta-feira, 13 de julho de 2012

Por que, eu cansei da merda toda ter que fazer sentido.




São incertezas que agarram os desejos e as pequenas vontades pelo cangote, e os arrastam para sua vala uniforme de medo e aflição. E são poucos aqueles que compreendem ou relativizam, o olhar daqueles que olham de dentro da vala para fora, suas expressões são apáticas, como estatuas esculpidas por um escultor, que faz muitos traços, com muita dor em seus braços, com valor ao trabalho e aos próprios calos, que são formados a cada martelada que dá no seu trabalho de expressões frias como o mármore.
E duras são as pessoas que lado a lado lotam a vala, concordam com tudo, não largam de antigas más experiências, mas a usam como uma enciclopédia para estudar o futuro, pisando apenas onde já foi pisado, acham que pra tudo há um livro, que há sempre alguém para ensiná-las, caem de joelhos e se dizem sem sorte. Ou lotam as ruas e caminham para a direção errada, achando que no final haverá um pote de ouro e tudo que encontram é um deserto, com poucas lagrimas pra se hidratar.
Dos véus de vidas que esse autor nunca teve, imaginar alguém que não saiba dar os próprios passos na direção que escolheu, e como descrever a um cego como é uma arvore, falando em japonês.
Aos nobres sentimentos dou meus pêsames, pois se vão mais rápidos que gotas d’água em asfalto quente, poucos são os que sentem. Tão pouco que nem sinto não conhecê-los mais detalhadamente. Aos que sentem, entenderão como um pássaro abre suas asas e sente o vento fluir por seu corpo sem medo do que pode aguardá-lo quando não puder mais voar.
Como a maioria dos textos confusos e sem muita utilidade, se não preencher linhas invisíveis, termino com uma frase que não é minha e tampouco sei de quem é:
“Se eu concordar com você, nós dois estaremos errados.”

terça-feira, 10 de julho de 2012

Ferro e sal



Nas margens de Livero
Ajoelhou seu jeans roto
A terra o sujava
As pedras lhe machucavam
Mas á vista
A vista o inspirava

Olympia repousa há anos aqui
Deitada sobre as costas da Grécia
Numa infusão de cores,
Que talvez o mais hábil pintor não pudesse retratar

Sol batia em seu rosto
Nadara ali quando jovem
Muitas coisas mudaram,
 Era verdade,
Mas o cheiro do sal e do ferro
Era o mesmo de sempre.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Tudo vem em pares.



Mais duro que escutar um não
E escutar um não convicto
Mas não seja mole
Pois a vida e um martelo
E é melhor que ela acerte algo duro
E no calor de dezembro
Tudo se esvai em riso
Eu prometo

segunda-feira, 23 de abril de 2012

de um Timido

Um após o outro
Rebelião contra vontade
Com uma descarga elétrica
No tempo de meio suspiro 
Os músculos negavam ao pensamento
Um impulso qualquer
Sem lógica ou consentimento
Uma guerra nanométrica ocorria
Sem moral alguma
Aquém de qualquer compreensão
Injustiça biológica
Um reves 
Uma dadiva
Presente do destino
Emiti um som
Um som humilde
-Oi!

quinta-feira, 8 de março de 2012

Shubert


De um dia qualquer, 
De um momento qualquer,
Mas numa janela do lado direito
Com o som desconhecido de Schubert 
Toda aquela imagem cotidiana 
Passando pela janela de um ônibus
Uma nostalgia em preto e branco
Lembra um filme mudo
De sonho surdo



sábado, 31 de dezembro de 2011

Ontem


Não adianta o ano mudar
Não adianta um ano trocar
Tudo isso não te fará mudar

Mude suas escolhas
Mude suas atitudes
Mude seus hábitos
Mude o que quiser
Então um novo ano começará

Levam-se segundos para mudar, não anos

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Bem-te-vi


É estranha como sua originalidade
Não um estranho ruim, mas peculiar
Dessas que te faz querer ter olhado nos olhos
Por uma segunda, terceira, quarta ou quinta vez,
Mas você só é capaz de notar na primeira vez
Pois na segunda já é ignorado

Prima da rocha e da lagoa
Irmã da primavera
Tudo perto dela desabrocha
E seu tempo voa
Voa sem olhar para trás,
Mas sem vergonha alguma do que passou

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Crença


Esbarrei em algumas lacunas na vida
Algumas vazias há muito tempo
Tampouco pude transpassar outras,
Sem que encolhesse a barriga ao penetrar
Em um mar de espinhos pontiagudos
Tudo para tentar reescrever
Uma tarde que passei com você
A mais Espinhosa maneira de entender
Que não posso mudar ontem
O que será de nós amanhã

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Delirar


Tenha o chão
A força para agüentar meus passos
Serão duros e largos
Andarei sem companhia do medo
Tampouco estarei com a dúvida
Em minha fronte orgulho
Sem anseio pelo destino
Dando passos rasos 
Amargos e ralos
Passarei por cima de seus obstáculos

Tenha o céu tamanho
Para a grandeza de meus atos
Poupe o sol da inveja
E agradeça os ventos
Pela brisa fresca
Que às vezes, só às vezes
Nós faz delirar

Inevitável


São as ultimas talvez
As mais importantes sempre
Palavras que desperdicei
Tentando provar algumas vezes
Que algo bom eu fiz
Mas tudo em que penso
Tudo que escrevo
Talvez tudo que possa lembrar
E que te deixei ir embora
E você não vai voltar